sábado, 22 de setembro de 2012

ELIAS NÃO CLAUDICAVA


GUERRA DOS TRONOS. QUEM É O SEU REI?


Texto Base: I Reis 18: 21
 21 
Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu.

O texto fala do momento em que Elias reuniu todo o Israel, os 450 profetas de Baal e os 400 profetas do Poste-Ídolo (Aserá-mãe de Baal) no monte Carmelo, próximo ao mar Mediterrâneo, para o conhecido “duelo de holocaustos”, e pergunta o Profeta do Senhor ao povo de Israel a quem eles gostariam de seguir, que Deus eles seguiriam.

O rei Acabe até então era o pior de todos os reis de Israel, pois fazia o que era mal aos olhos do Senhor, casou-se com uma pagã que adorava a Baal, instigou o culto idólatra e construiu um templo a Baal e Aserá em Samaria (I Reis 16:29-33). Mas não era apenas o casal real que desobedecia a Deus, o povo também se distanciou do Senhor preferindo agradar ao rei e as imposições do palácio adorando a Baal, mas também tentando agradar a Jeová, O EU SOU. Neste tempo a rainha Jezabel já perseguia os profetas do Senhor, talvez pelo medo da concorrência, e os matava sem piedade.

No monte Horebe, alguns dias depois do holocausto, Deus fala pra Elias que 7000 servos não se renderam, não adoraram a Baal. Antes Deus já havia guardado 100 profetas pela obediência de Obadias.

Este era o retrato da vida espiritual da terra de Israel, terra que dizia que servia a Deus, povo que tinha em Betel e Dã pontos de adoração em verdadeira distorção aos mandamentos do Senhor para o culto, e flertava com a idolatria.

Elias faz então a pergunta do texto. “Coxear” significa claudicar, mancar, capengar, pender para um lado. Outra tradução (NVI) “diz oscilar de um lado para outro”. E o que Elias quer saber é até quando o povo de Israel estaria tentando agradar dois senhores. Porque ele (Elias) já havia escolhido a quem servir, mesmo pagando o preço de ser chamado de perturbador de Israel que, aliás, até era o perturbador, mas do mal que estava instalado e institucionalizado na nação, o preço de ser perseguido, de ser caçado pelo Rei, de ser ameaçado de morte pela Rainha. Mas Elias sabia a quem servia (I Reis 18:15). Em algumas traduções o termo “cuja face estou” é traduzido por “a quem sirvo”.

O tema da juventude no mês de agosto dizia: Guerra dos Tronos. Quem é o seu Rei? Neste tema, que abrange obediência, serviço, envolvimento, representatividade, pensemos: A quem servimos? Por que é impossível coxear, cambalear entre dois senhores, inevitavelmente agradar-se-á mais a um (Mateus 6:24). Jesus nos advertiu quanto a isso. Mas é possível isso acontecer na igreja, esse grupamento que diz que está sob o senhorio de Cristo. E antes de seguirmos, precisamos ver os conceitos de Igreja, a igreja de Cristo é aquela noiva que se encontrará com o Senhor Jesus no tempo correto e será a reunião de todos os santos do mundo, independente de cor, raça e denominação ou corrente teológica; e tem a igreja física, local, instituição constituída sob os preceitos legais da sociedade formada por santos (crentes) mas que pode estar permeada por crentes nominais; e é nesta igreja que podem estar aqueles que estão coxeando entre dois pensamentos. Porque quem não vive na igreja, ou não conhece a Cristo ou já fez a sua opção em não querer segui-lo.

Interessante notar a ironia de Elias para com o povo, se vocês acham que Deus é o DEUS então segui-o, mas se vocês acham que é Baal então segui-o. Note que o que Elias quer é que o povo decida e faça com o coração, tem que ser de verdade, com todo o seu coração, com toda a sua alma e entendimento e, consequentemente, com suas ações. Elias confronta o povo, pois este sabia dos milagres que Deus fizera no passado e na história da nação, embora já dividida, eles conheciam o Deus todo poderoso, mas não obedeciam integralmente, não obedeciam de coração.

Fico perplexo que a igreja da atualidade faz exatamente isso, conhece o Senhor, mesmo que superficialmente, mas conhece; lê a Bíblia, mesmo que desconfiada, mas lê; ora, mesmo que rapidamente ou como ritual vazio, mas faz; mas também flerta com o mundo com outros deuses que encontra por aí.

O nome crente-cristão-evangélico, não deveria ter variações, mas tem. “Crente de verdade” deveria ser um termo redundante, mas infelizmente não é. Então, como pode um crente ser desonesto, não pagar as suas dívidas por ser caloteiro, ser mentiroso, ser fofoqueiro e, às vezes, dentro do seio das igrejas, usar de palavras vulgares e torpes nas rodas e no Facebook? Como pode usar de sensualidade nas roupas e comportamento, não perdoar e não querer perdoar, não se alegrar com as vitórias de seu irmão, não chorar com as penúrias de seu irmão, não esboçar um filete de amor, seja em carinho, compaixão, oração de intercessão ou ajuda material? Queridos não se enganem o vir aos cultos para sacrificar o corpo vivo e agradável, cantar, estudar, mas sem obediência está perdendo seu tempo, continua coxeando com dois pensamentos. Paulo aos Romanos 12:1-2

 1 
Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.

 2 
E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

 nos mostra que devemos nos apresentar em culto racional, que deve ser agradável ao Senhor, não agradável a nós: o culto é a Ele! E (aditiva) não devemos nos conformar com esta época, este mundo, não podemos servir ao Senhor e namorar as coisas do mundo, deve haver transformação do nosso eu, da nossa vida, para que possamos experimentar a vontade do Senhor para nossa vida e para a Igreja.

Optar por seguir ao Senhor com exclusividade – e é assim que Ele quer: com exclusividade - requer obedecer e “pagar o preço” por isto. Elias, como já disse, passou maus momentos por obedecer ao Senhor, mas, por seus atos e relatos, vemos que não se arrependeu. Elias encarava os problemas de frente. Mas talvez alguém pense que Elias era um super profeta. Talvez tenha sido mesmo, mas, em Tiago 5:17, nos diz que era homem como nós sujeitos as mesmas paixões. No próprio livro de I Reis cap. 19 vemos um momento de profundo estresse emocional de Elias, momento de frustração, de perder o foco, de vazio e solidão em que queria até a morte e desistir de tudo, inclusive de ser profeta. Mas reconheceu o senhorio de Deus sobre sua vida quando o sentiu frente a frente e continuou sua jornada. E mesmo nesse momento de profunda crise, não flertou com qualquer dúvida sobre a quem servir, quem era seu Rei.

Então, homens deste tempo Pós-moderno de natureza líquida, também sujeitos às mesmas paixões, talvez com ingredientes e cenários diferentes, mas com a mesma essência, estarão coxeando até quando entre dois pensamentos?

Optar pelo Senhor é obedecê-lo (Lucas 6:46)

 46 
Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?

Como chamar Jesus, o dono da igreja, de Senhor sem obedecê-lo, não é possível ter a vida alicerçada na rocha, que é a continuação de Lucas 6:46. Israel também sabia dos livramentos que Deus havia feito ao povo, sabia das histórias de Abraão, Isaque e Jacó, de José, de Davi, porém bandearam-se para Baal. E nós sabemos de tudo o que eles passaram e sabemos do sacrifício de Cristo por nós, do início da Igreja, da salvação, do testemunho dos Apóstolos, da ação do Espírito Santo. Até quando muitos coxearão entre dois pensamentos? Escolha a quem seguir, escolha a quem servir, escolha seu Rei, escolha seu Deus.  

Lissandro Fontes

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