GUERRA DOS TRONOS. QUEM É O SEU REI?
Texto
Base: I Reis 18: 21
21
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Então,
Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois
pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo
nada lhe respondeu.
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O texto fala do momento em
que Elias reuniu todo o Israel, os 450 profetas de Baal e os 400 profetas do
Poste-Ídolo (Aserá-mãe de Baal) no monte Carmelo, próximo ao mar Mediterrâneo,
para o conhecido “duelo de holocaustos”, e pergunta o Profeta do Senhor ao povo
de Israel a quem eles gostariam de seguir, que Deus eles seguiriam.
O rei Acabe até então era o
pior de todos os reis de Israel, pois fazia o que era mal aos olhos do Senhor,
casou-se com uma pagã que adorava a Baal, instigou o culto idólatra e construiu
um templo a Baal e Aserá em Samaria (I Reis 16:29-33). Mas não era
apenas o casal real que desobedecia a Deus, o
povo também se distanciou do Senhor preferindo agradar ao rei e as
imposições do palácio adorando a Baal, mas também tentando agradar a Jeová, O EU SOU. Neste tempo a rainha Jezabel já
perseguia os profetas do Senhor, talvez pelo medo da concorrência, e os matava
sem piedade.
No monte Horebe, alguns dias
depois do holocausto, Deus fala pra Elias que 7000 servos não se renderam, não
adoraram a Baal. Antes Deus já havia guardado 100 profetas pela obediência de
Obadias.
Este era o retrato da vida
espiritual da terra de Israel, terra que dizia que servia a Deus, povo que
tinha em Betel e Dã pontos de adoração em verdadeira distorção aos mandamentos
do Senhor para o culto, e flertava com a idolatria.
Elias faz então a pergunta
do texto. “Coxear” significa claudicar, mancar, capengar, pender para um lado. Outra
tradução (NVI) “diz oscilar de um
lado para outro”. E o que Elias quer saber é até quando o povo de
Israel estaria tentando agradar dois senhores. Porque ele (Elias) já havia
escolhido a quem servir, mesmo pagando o preço de ser chamado de perturbador de
Israel que, aliás, até era o perturbador, mas do mal que estava instalado e
institucionalizado na nação, o preço de ser perseguido, de ser caçado pelo Rei,
de ser ameaçado de morte pela Rainha. Mas Elias sabia a quem servia (I Reis
18:15). Em algumas traduções o termo “cuja face estou” é traduzido por “a quem sirvo”.
O tema da juventude no mês de
agosto dizia: Guerra dos Tronos. Quem é o seu Rei? Neste tema, que abrange
obediência, serviço, envolvimento, representatividade, pensemos: A quem
servimos? Por que é impossível
coxear, cambalear entre dois senhores, inevitavelmente agradar-se-á
mais a um (Mateus 6:24). Jesus nos advertiu quanto a isso. Mas é possível isso
acontecer na igreja, esse grupamento que diz que está sob o senhorio de Cristo.
E antes de seguirmos, precisamos ver os conceitos de Igreja, a igreja de Cristo
é aquela noiva que se encontrará com o Senhor Jesus no tempo correto e será a reunião de todos os santos do mundo,
independente de cor, raça e denominação ou corrente teológica; e tem
a igreja física, local, instituição constituída sob os preceitos legais da
sociedade formada por santos (crentes) mas que pode estar permeada por crentes
nominais; e é nesta igreja que podem estar aqueles que estão coxeando entre
dois pensamentos. Porque quem não vive na igreja, ou não conhece a Cristo ou já
fez a sua opção em não querer segui-lo.
Interessante notar a ironia
de Elias para com o povo, se vocês acham que Deus é o DEUS então segui-o, mas
se vocês acham que é Baal então segui-o. Note que o que Elias quer é que o povo
decida e faça com o coração, tem que ser de verdade, com
todo o seu coração, com toda a sua alma e entendimento e, consequentemente, com
suas ações. Elias confronta o povo, pois este sabia dos milagres que
Deus fizera no passado e na história da nação, embora já dividida, eles
conheciam o Deus todo poderoso, mas não obedeciam integralmente, não obedeciam
de coração.
Fico perplexo que a
igreja da atualidade faz exatamente isso, conhece o Senhor, mesmo que superficialmente,
mas conhece; lê a Bíblia, mesmo que desconfiada, mas lê; ora, mesmo que
rapidamente ou como ritual vazio, mas faz; mas também flerta com o mundo com
outros deuses que encontra por aí.
O nome crente-cristão-evangélico, não deveria ter variações, mas tem. “Crente
de verdade” deveria ser um termo redundante, mas infelizmente não é. Então, como pode um crente ser desonesto, não pagar as suas
dívidas por ser caloteiro, ser mentiroso, ser fofoqueiro e, às vezes, dentro do
seio das igrejas, usar de palavras vulgares e torpes nas rodas e no Facebook? Como
pode usar de sensualidade nas roupas e comportamento, não perdoar e não querer
perdoar, não se alegrar com as vitórias de seu irmão, não chorar com as
penúrias de seu irmão, não esboçar um filete de amor, seja em carinho,
compaixão, oração de intercessão ou ajuda material? Queridos não se
enganem o vir aos cultos para sacrificar o corpo vivo e agradável, cantar,
estudar, mas sem obediência está perdendo seu tempo, continua coxeando com dois
pensamentos. Paulo aos Romanos 12:1-2
1
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Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de
Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a
Deus, que é o vosso culto racional.
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2
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E não vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual
seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
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nos mostra que devemos nos apresentar em culto
racional, que deve ser agradável ao Senhor, não agradável a nós: o culto é a
Ele! E (aditiva) não devemos nos conformar com esta época, este mundo, não
podemos servir ao Senhor e namorar as coisas do mundo, deve haver transformação
do nosso eu, da nossa vida, para que possamos experimentar a vontade do Senhor
para nossa vida e para a Igreja.
Optar por seguir ao Senhor
com exclusividade – e é assim que
Ele quer: com exclusividade - requer obedecer e “pagar o preço” por
isto. Elias, como já disse, passou maus momentos por obedecer ao Senhor, mas,
por seus atos e relatos, vemos que não se arrependeu. Elias encarava os
problemas de frente. Mas talvez alguém pense que Elias era um super profeta. Talvez
tenha sido mesmo, mas, em Tiago 5:17, nos diz que era homem como nós sujeitos
as mesmas paixões. No próprio livro de I Reis cap. 19 vemos um momento de
profundo estresse emocional de Elias, momento de frustração, de perder o foco, de
vazio e solidão em que queria até a morte e desistir de tudo, inclusive de ser profeta.
Mas reconheceu o senhorio de Deus sobre sua vida quando o sentiu frente a
frente e continuou sua jornada. E mesmo nesse momento de profunda crise, não
flertou com qualquer dúvida sobre a quem servir, quem era seu Rei.
Então, homens deste tempo
Pós-moderno de natureza líquida, também sujeitos às mesmas paixões, talvez com
ingredientes e cenários diferentes, mas com a mesma essência, estarão coxeando
até quando entre dois pensamentos?
Optar pelo Senhor é obedecê-lo (Lucas 6:46)
46
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Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o
que vos mando?
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Como chamar Jesus, o dono da
igreja, de Senhor sem obedecê-lo, não é possível ter a vida alicerçada na
rocha, que é a continuação de Lucas 6:46. Israel também sabia dos livramentos
que Deus havia feito ao povo, sabia das histórias de Abraão, Isaque e Jacó, de
José, de Davi, porém bandearam-se para Baal. E nós sabemos de tudo o que eles
passaram e sabemos do sacrifício de Cristo por
nós, do início da Igreja, da salvação, do testemunho dos Apóstolos,
da ação do Espírito Santo. Até quando muitos coxearão entre dois pensamentos? Escolha
a quem seguir, escolha a quem servir, escolha seu Rei, escolha seu Deus.
Lissandro Fontes
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